Ansiedade.
- psiconectabr
- 4 de abr.
- 4 min de leitura
Atualizado: há 7 dias

Estamos com ela o tempo todo e sem dúvida é um dos grandes desafios do nosso tempo, porque ela em si não é um problema mas se torna quando passa a nos dominar e entender a linha que separa a ansiedade natural da patológica é mais difícil do que parece.
Vamos juntos identificar se você já ultrapassou essa linha?
Para facilitar o entendimento das causas da ansiedade, irei separá-la em dois tipos:
Ansiedade Externa.
Ansiedade Interna.
Ansiedade Externa
A ansiedade externa tem sua causa fora do nosso corpo, relacionada a hábitos e consumo.
Já a ansiedade interna está ligada a fatores biológicos e traumas emocionais, problemas internos ou internalizados.
É comum que ambas estejam interligadas, uma potencializando o desenvolvimento da outra. Irei citar os principais hábitos e consumos que mais geram ansiedade externa atualmente:
Consumo de substâncias
Redes sociais
Pressões sociais
Consumo de substâncias
Algumas substâncias estimulantes podem aumentar a ansiedade. Não entrarei no vasto campo das substâncias ilícitas, pois, além da ansiedade, elas geram outros conflitos devido ao seu potencial viciante. Quero destacar três substâncias lícitas presentes no nosso dia a dia, que, sem percebermos, contribuem para o aumento da ansiedade: cafeína, nicotina e açúcar.
Essas substâncias afetam o cérebro de forma semelhante:
Proporcionam prazer e energia rápida (dopamina), mas, logo depois, ocorre uma queda, causando irritação e mais ansiedade.
Deixam o corpo em estado de alerta (noradrenalina), acelerando os pensamentos e dificultando o relaxamento.
Aumentam os níveis de estresse (cortisol), fazendo com que pequenas preocupações pareçam ainda maiores.
Quanto mais as consumimos, mais o cérebro se acostuma e pede mais, criando um círculo vicioso que amplifica a ansiedade.
Redes sociais
O uso das redes sociais também pode gerar ansiedade. Uma das principais razões é o sistema de recompensa imediata (dopamina).
Veja como isso acontece:
Você recebe um estímulo de consumir algo novo, imprevisível, seguido de uma recompensa rápida.
Os conteúdos são altamente atrativos e personalizados para o que você mais gosta.
Seu mundo digital passa a ser mais interessante e estimulante do que a vida real.
O mundo real se torna mais lento e frustrante, aumentando a ansiedade.
Pressões sociais
A sociedade contemporânea impõe uma cobrança constante por performance: ser produtivo, estar em forma, ser bem-informado, bem-sucedido e sexualmente ativo.
Atreladas às redes sociais, as pressões sociais se intensificam pelo fator comparativo.
Essa busca incessante pela perfeição, somada a crises climáticas, guerras, instabilidade econômica e avanços tecnológicos rápidos, gera ansiedade em relação ao futuro.
Ansiedade Interna
A ansiedade interna está relacionada a fatores naturais do ser humano. Nossos anseios, em grande parte, são causados por expectativas e pelo medo.
Planejamos e antecipamos cenários em nossa mente justamente por nutrirmos expectativas ou temermos o que está por vir.
Sentir expectativa é algo natural. A ansiedade diante de uma viagem muito esperada ou da conquista de um bem material almejado pode ser um motor que nos impulsiona.
O medo também é uma emoção legítima. Ele nos impede de correr riscos desnecessários ou de nos colocarmos em perigo. Está em nosso “HD cerebral” como um mecanismo essencial para a preservação da vida.
Segundo a neurociência, esse estado é uma resposta biológica de “luta ou fuga”.
Embora não estejamos mais no período paleolítico, reagimos da mesma forma diante de desafios cotidianos.
A sensação de falta de controle pode gerar um impacto existencial profundo, criando uma percepção constante de ameaça.
Outro fator relevante são os traumas. Acontecimentos com grande impacto emocional podem deixar marcas duradouras. Eles podem ocorrer tanto na infância quanto na vida adulta, como no caso de acidentes, perdas de pessoas queridas ou de patrimônio, entre outros.
Ansiedade Patológica: Como Identificar?
Existe uma linha sutil entre a ansiedade natural e o excesso que a transforma em patológica.
Muitas vezes, ela é imperceptível — a não ser por um fator central:
A negatividade.
Tanto a ansiedade externa quanto a interna — termos aqui utilizados para facilitar a compreensão — têm na negatividade um elemento comum.
Essa negatividade pode se manifestar em qualquer situação e, infelizmente, não tem limites. Em casos mais extremos, ela pode evoluir ao ponto da pessoa não conseguir sair de casa, com medo de que algo ruim aconteça — característica típica da síndrome do pânico, por exemplo.
Suas origens são diversas, mas, frequentemente, estão ligadas à constatação de que não temos controle sobre absolutamente nada.
A vida é imprevisível.
Essa percepção geralmente surge após eventos traumáticos, como a perda repentina de alguém ou um acidente. A negatividade, nesse contexto, se torna uma espécie de armadura emocional: ao esperar sempre o pior, a pessoa tenta se proteger da frustração.
Patologia
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5-TR), a ansiedade, em seu nível mais crítico, é classificada como Transtorno de Ansiedade Generalizada.
Essa condição também está registrada na Classificação Internacional de Doenças (CID) sob o código F41.
Tratamento
Se você se identificou com algumas dessas características, é altamente recomendável buscar acompanhamento terapêutico.
A terapia pode ajudar você a identificar as causas da negatividade e a desenvolver estratégias para enfrentá-las.
Para vícios e hábitos, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) apresenta excelentes resultados.
No caso de traumas emocionais, a Psicanálise é uma das abordagens mais indicadas.
Além disso, fatores biológicos também influenciam diretamente a saúde mental.
Manter sua saúde física em dia, realizar exames regularmente e garantir o equilíbrio hormonal pode eliminar muitas causas emocionais equivocadamente diagnosticadas.
Na Clínica Psiconecta, você pode iniciar sua jornada terapêutica com uma primeira consulta de avaliação totalmente gratuita.
Aproveite essa oportunidade para experimentar e descobrir se você se identifica com o processo — sem riscos.
Abraço!
